Eu sabia que era uma chuva de verão.
Intensa, refrescante, de final de tarde, entrando pela noite.
Veio inesperadamente e gota a gota me envolveu, num frescor magnífico e inexplicável!
Molhou-me inteira, corpo, cabelos... Tocando a alma, que há tempos estava ária e sequiosa.
Foi uma chuva capaz de inundar todos os lugares do meu ser, até aqueles recônditos quase inacessíveis
Inundou-me de paixão!! como pode chover tanto no sertão, e ser tão bom assim!
Mas, sabia que iria acabar, por isso eu quis tanto me molhar, e com tanta urgência e desespero!! queria ficar correndo no meio daquela chuva, estava maravilhada olhando para o céu, como que agradecendo, chorando, rindo.
Desejei por tanto tempo uma chuva assim, como o lavrador deseja-a para molhar sua plantação, e mais do que isso inundar a VIDA!
Ah! que chuva! Que ainda chove em mim, gota a gota, todos os dias. A cada lembrança, a cada perfume, a cada toque. Quando molho o teu lenço no reverso dessa tempestade! Mas não me importo... Deixa chover até o vento soprar e me trazer de volta a visão do horizonte à minha frente.
Agora essa chuva é só minha! Você está em outra estação, e eu nesse temporal.
SABIA QUE IRIA PASSAR...
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