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segunda-feira, 24 de setembro de 2012


Ele não sabe mais nada sobre mim. Não sabe que o aperto no meu peito diminuiu, que meu cabelo cresceu, que os meus olhos estão menos melancólicos, mas que tenho estado quieta, calada, concentrada numa vida prática e sem aquela necessidade toda de ser amada. Ele não sabe quantos livros pude ler em algumas semanas. Não sabe quais são meus novos assuntos nem os filmes favoritos. Ele não sabe que a cada dia eu penso menos nele, mas que conservo alguma curiosidade em saber se o seu coração está mais tranqüilo, se seu cabelo mudou, se o seu olhar continua inquieto. Ele nem imagina quanta coisa pude planejar durante esses dias todos e como me isolei pra tentar organizar todos os meus projetos. Ele não sabe quantos amigos desapareceram desde que me desvencilhei da minha vida social intensa. Que tenho sentido mais sono e ainda assim, dormido pouco. Que tenho escrito mais no meu caderno de sonhos. Que aqui faz tanto frio, ele não sabe por mim. Ele não sabe que eu nunca mais me atentei pra saudade. Que simplesmente deixei de pensar em tudo que me parecia instável. Que aprendi a não sobrecarregar meu coração, este órgão tão nobre. Ele não sabe que eu entendi que se eu resolver a minha dor, ainda assim, poderei criar através da dor alheia sem precisar sofrer junto pra conceber um poema de cura. Hoje foi um dia em que percebi quanta coisa em mim mudou e ele não sabe sobre nada disso. Ele não sabe que tenho estado tão só sem a devastadora sensação de me sentir sozinha. Ele não sabe que desde que não compartilhamos mais nada sobre nós, eu tive que me tornar minha melhor companhia: ele nem imagina que foi ele quem me ensinou esta alegria. Daniel Cajueiro

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

quinta-feira, 20 de setembro de 2012


Novo caminho... Mudar a direção! Isso leva tempo e dá trabalho. Não é uma tarefa fácil, um simples manobrar, mudar o curso. As vezes seguimos de corpo, mas o pensamento fica lá atrás, medo, culpa, nos perseguem. O fluxo nos empurra para frente, mas a os olhos insistem em olhas para trás, apego, o novo assusta pela incerteza. É mais provável que o comodismo que a zona de conforto proporciona, convidem a ficar assim mesmo... Mas é preciso seguir em frente e lutar contra nós mesmos, que é a luta mais terrível que existe, vencer o próprio medo... E ir, até chegar ao ponto de olhar para trás sem se arrepender!

segunda-feira, 17 de setembro de 2012


Por favor, não me analise Não fique procurando cada ponto fraco meu Se ninguém resiste a uma análise profunda, quanto mais eu! Ciumenta, exigente, insegura, carente toda cheia de marcas que a vida deixou: Veja em cada exigência um grito de carência, um pedido de amor! Amor, amor é síntese, uma integração de dados: não há que tirar nem pôr. Não me corte em fatias, (ninguém abraça um pedaço), me envolva todo em seus braços E eu serei perfeita, amor! Do livro "Bom dia amor!", 1990 Mirthes Mathias

sexta-feira, 14 de setembro de 2012


Enquanto eu dormia... Tudo aconteceu enquanto eu dormia.... Sonhava em esquecer, e alguém lembrou; Buscava realizar, mas o pesadelo foi maior. Adormecida anestesiada, em estado de total inércia... Achei que estava em movimento... Fiquei como uma semente em estado de dormência, tendo um potencial de arvore por dentro, capaz de dar uma sombra enorme. Mas, há sempre tempo de acordar, mudar de fase, virar o jogo, abrir os olhos e ver além, muito além, ver através da névoa fria! Vou me enviar na terra, me entranhar no solo... Até brotar e atingir o que sou “árvore frondosa” Sei que sou!

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Essa coisa de virar a página não existe... Não há quem não dê uma olhadinha básica para trás, remexa as gavetas, os guardados, fotos, etc. Uma passadinha rápida pelo passado de vez em quando até ajuda a valorizar mais o presente, ou potencializa o suicida que possa existir dentro de cada um! Quem conseguir virar a página de verdade, me empreste o guindaste!

Engraçado, antigamente fazíamos passeios, levávamos filme p tirar fotos de 12 ou 24 poses e ficávamos esperando para revelar. Dai vinha uma ou outra mais ou menos, outra queimava... A verdade é que se aproveitavam poucas. Hoje em dia a coisa está tão instantânea... É tudo em tempo real, imediatismo total. Email, msn, face. Diz-se aqui, se sabe do outro lado do planeta, a informação não tem tempo de ser digerida, pensada, refletida... É rápido demais! Tem razão quando diz o Padre Fábio de Melo que é tudo refinado demais, minha linda, minha amigaaaaaaaa, vcs são lindos, te amo, to com saudade... É muita pose, sorriso, um jeito fascinante de mostrar como se vive, se mora, se namora, se casa, se viaja... Um jeito de se mostrar sem se revelar realmente... Um jeito de falar para tantos e não dizer a ninguém, por não ser ouvido pelos mil contatos que se tem, por que falta o olho no olho! Mas o fato mesmo é que não existe muita coisa integral... Construída em bases sólidas. Há muita construção em terreno baldio, ou até mesmo em terreno alheio/usurpado, em detrimento da alegria do outro, da família do outro. Há quem chegue até a sentar na mesma cadeira e com uma falsidade sutil, ir tomando o espaço até empurrar sem dó nem piedade o outro para chão! É uma disputa implacável de qual sorriso é mais Colgate! Qual beijo é mais apaixonado, porém congelados em imagens frias! Tudo ficou tão banal, sem valor. O amor, a amizade, a família que é o bem maior que Deus nos deixou. Tudo por que ninguém quer se doar... Conservar... Só se pensa em trocar a peça enguiçada, por uma peça nova! A TV que está quebrada ou com um defeitinho qualquer... Obsoleto, impraticável também viraram as amizades em face a um problema, uma falha ou que seja um novo “colega” que acabou de chegar já substitui aquele que serviu por tantos anos e muitas vezes, nos piores momentos! É tudo tão novo, rápido, imediato, instantâneo, parece até que não há nada mais que passe por um processo de avaliação, cuidado, degustação, antes de ser solidificado. Nada é tudo está. Está-se casado, solteiro, amigo ou colega. O que dura é duro, mas muito duro mesmo de manter. Jacinta
Silva

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

quarta-feira, 5 de setembro de 2012


Então abri mão dos conselhos e resolvi viver. Viver por mim mesmo, viver por minhas escolhas, por minhas pessoas e minhas atitudes. Desisti de correr atrás de quem não merecia e mudei o caminho. Fui correr atrás da felicidade. Troquei as palavras por atitudes e não é que deu resultado?! Decidi que a vida, os amigos, família e quem eu gosto seriam minha primeira opção, minha meta de felicidade. Entendi que amor de verdade dura pra sempre, independente de te-lo ou não por perto. Passei a gastar meu tempo amando quem me ama e não odiando quem não gosta de mim, mesmo porque todos tem direito de formar uma opinião sobre minha pessoa, porém ninguém tem o direito de me julgar sem me conhecer. Me tornei mais interessante sabe? Mais maduro, mais humano diria eu. Passei a me preocupar em corresponder as expectativas de quem me ama e não tentar agradar quem não liga pra mim. Aprendi a viver, na verdade ainda aprendo um pouquinho a cada dia. De cada batalha tiro uma lição, em cada tropeço me levanto mais forte e assim vou vivendo e fazendo da minha vida um pouco de amor, um pouco de arte. Afinal viver é uma arte e amar faz parte. Daniel Cajueiro