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terça-feira, 21 de agosto de 2012


Há um momento em que é preciso parar, diminuir os ruídos, tirar o pé do acelerador, desligar o motor... Ficar em silencio. Não ter pressa, deixar a velocidade do impulso mover-nos, não inércia total, mas quase isso... Deixar os pensamentos passarem lentamente, sem pressa alguma, reprisar alguns fatos, não para se atormentar ou se arrepender, mas para aprender com eles. O silencio fala de coisas que palavras em demasia talvez não consiga expressar... Ele tem muito a dizer... É preciso acalmar, não querer ultrapassar, esperar o fluxo natural, o fluir de tudo! Subir num monte e de lá avistar o mar antes revolto, agora calmo quase parado. Essa é a mesma sensação que temos quando estamos mais distantes de alguns fatos já passados e não entendidos... No calor do acontecimento, ficamos cegos, cegueira essa que só passa quando nos distanciamos, e seguimos, e calamos! Cícera Silva

DUAS CARAS: aquela pessoa que, na sua frente, representa o papel inverso do que realmente sente a seu respeito. Aquele pretenso amigo, que lhe quer mal, mas não tem coragem suficiente de assumir. Aquela figura que, um dia, disse ter-lhe amado, porém agora não passa de uma severa detratora, escalando todas as barreiras do ódio para atingi-lo. Nem bipolar, nem desvio de personalidade, mas puro mau-caratismo. É o ser que ousa beijá-lo, mas destila veneno por todos os poros, buscando afogá-lo em lamúrias e súplicas. Ah, esse conhecido duas caras... Tem imenso prazer em lhe gerar remorso, passando-se por vítima e dando-lhe o estigma de algoz. Sua falsidade é de contorno perfeito, a ponto de terceiros dele sentirem pena. O seu abraço não é apertado, mas dói, pois a alma sente a traição de seus gestos. Esses seres rodam o mundo à procura de vítimas, pois não sossegam enquanto delas não se alimentam. O conforto é que, acima de tudo, encontra-se a Justiça Divina, que jamais falha e, penso, nunca tarda. Quem já não se deparou com o duas caras em seu caminho ou sentiu seus efeitos? Encontrá-lo, detectando a sua má intenção é uma arte, que depende de prática e vontade. Mas plenamente possível, bastando que vibremos o oposto em nosso coração. E a sua máscara vai ao chão. Guilherme de Souza Nucci

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Materialismo! Quem pode vencer esse monstro que aterroriza e atormenta nos dias de hoje!


Onde tudo é consumismo desenfreado... Onde o ter é mais que o ser... Valemos o que temos na conta bancária, os títulos que possuímos, o que o nosso cartão de crédito pode comprar. E lá se vão prestações a perder de vista por um carro novo, uma casa melhor, roupas de grifes, sapatos, enfim... Tudo para fazer parte desse grupo glamoroso e fugaz! As voltas com os canais de TV... Temos um desfile de etiqueta, recheado com lições de “boas maneiras, bons costumes”. Ali se aprende de tudo, desde como é lindo esse novo modelo de família, onde os casais se traem e se digladiam, mas precisam manter a sociedade, para não precisar "perder" os bens ou dividi-los, onde os filhos tratam os pais apenas como um criado da casa! Tem para todos os gostos... Todos os padrões de moral e ética! NÃO PRATICADAS, CLARO! E segue a dona de casa no seu dia a dia, de lava louça, arruma a casa... De vez em quando pára em frente ao espelho e se imagina no papel daquela mocinha da novela que não aguenta mais e deu seu grito de liberdade! Só esquecendo uma diferença básica entre as elas: A sobrevivência, lá ninguém trabalha, ou estuda. Qualquer semelhança é mera coincidência. Somos todos os dias bem servidos de um banquete de mediocridade... Tá certo que come quem quer, mas há que se pensar em algo mais proveitoso para se colocar na mídia. Mas quem ousaria? Há mais interesses escusos entre um comercial e outro, do que julga a nossa vã audiência!

quarta-feira, 8 de agosto de 2012


Digo sim, digo algo sobre isso. A gente demora a desapegar porque nascemos necessitados, infinitamente necessitados de alguém - primeiro ao alcance da boca, depois, do colo, logo em seguida das mãos... abraço, palavras e mais pra frente vira só olhar. Num estágio mais avançado e, talvez o último, necessitamos da lembrança, que é uma forma de continuar incentivando de muito longe, mas dependendo da lembrança, de mais perto que o alcance da boca. Apegados, extremamente apegados somos. E não há droga que substitua e sigo e seguimos querendo sempre alguém por perto, mesmo que só no pensar.