Páginas

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

“Nunca é tarde para o arrependimento e a reparação” Todo arrependimento sincero traz consigo a dor do remorso. Arrependimento é redescoberta e reencontro com o bem mais caro de si mesmo. Ele nos visita apertando o coração e aguçando nossa memória para aquilo que atropelamos sem piedade num determinado momento de cochilo em que a insanidade nos dominou. Arrependimento tem muita força de transformação em quem o recebe cordialmente para se recolocar naquele ponto de jovialidade em que se estava bem consigo mesmo e com todos. Quem o toma apenas para aliviar o peso da consciência e livrar-se da dor de ter magoado alguém pode sentir alegria e leveza por um tempo, mas se verá logo adiante a praticar novamente às mesmas atitudes de ofensa sobre os outros e sobre si mesmo, visto que arrepender-se jamais é um mero ato de livrar-se de pesos e medidas para sentir-se bem egoisticamente. Agir assim é usar os outros para sentir-se confortável. Arrependimento sincero e transformador é aquele em que se está disposto a olhar e a voltar para as fontes de onde a pessoa era um com tudo e com todos, numa relação de gratuidade e benevolência, e não aquela tentativa desesperada de expulsar de dentro de si a dor que está sentindo para voltar a ficar em paz. A paz que vem de um pensamento e atitude assim acaba trazendo logo adiante mais conflitos e dores para a pessoa. Além do mais, o arrependimento sincero que gera transformação leva à reparação duradoura. Reparação duradoura é mais do que a tentativa de consertar os erros cometidos. Ela tem a ver com o assentar-se ou parar de novo, no sentido de concentrar-se novamente pra valer, naquele ponto ou naquele lugar de onde se tirava as verdadeiras forças para se viver e se relacionar com tudo e com todos. Quem se recoloca nesse ponto realiza o re-torno, o re-encontro, a viagem reparadora para a verdadeira raiz da paz.

Nenhum comentário:

Postar um comentário